MANUSCRITOS E VERSÕES



UNIDADE IV

MANUSCRITOS E VERSÕES

OS MAIS ANTIGOS MANUSCRITOS DO VELHO TESTAMENTO

1) AS CAVERNAS DO MAR MORTO
Os manuscritos mais antigos que temos da Bíblia hoje em dia são os que foram encontrados nas cavernas do mar morto, entre os anos de 1947 e 1955.

Os manuscritos originais dos livros do VT perderam-se. O que temos hoje em dia são apenas cópias dos manuscritos originais. Em nossos dias não temos possibilidade de ler nenhum trecho do VT no manuscrito original. Os textos impressos do VT (em hebraico) e do NT (em grego) existentes baseiam-se nos melhores e mais antigos manuscritos, principalmente naqueles achados nas cavernas do Mar Morto.

O VT foi escrito em língua hebraica, porque esta era a língua mais comum falada entre os israelitas que habitavam a terra prometida. Porém o povo judeu estava cercado de povos que falavam outra língua, o Aramaico. O Aramaico foi provavelmente a língua falada na Babilônia, isto explica porque parte do livro de Daniel foi escrito não em hebraico, e sim, em Aramaico.

NOTA: As cópias dos manuscritos originais eram guardadas cuidadosamente na casa do Senhor, isto é, no templo (2 Reis 22:8). Quando alguém queria parte das Escrituras Sagradas, tinha que copiar, palavra por palavra. Os homens que faziam esse trabalho chamavam-se “copistas”.

Os COPISTAS eram homens que faziam cópias das Escrituras Sagradas. Esse trabalho era feito a mão, com muito zelo e cuidado. Uma coisa que impressiona os estudiosos é a atenção com que os copistas faziam seu trabalho. Apesar do grande zelo ainda havia erro no trabalho feito pelos copistas. Isso porque temos cópias um pouco diferentes uma das outras e às vezes com frases inteiramente erradas.

NOTA: Você talvez se pergunte que tipo de erros seriam esses. É que às vezes o copista esquecia de copiar uma palavra ou escrevia uma letra a mais, ou colocava uma palavra num linha errada, ou acrescentava uma palavra.






2) CRÍTICA TEXTUAL

Crítica textual (também chamada de baixa crítica), é a ciência que tem como objetivo descobrir e corrigir os erros. Para esse trabalho, os críticos fazem uso dos manuscritos existentes.

OBS: Não se preocupe com o nome “baixa crítica”. Este nome é usado para distiguí-la da “alta crítica”, que estuda as questões de autoria, data e composição dos livros da Bíblia. Desde os tempos de Esdras já havia a preocupação de corrigir os erros nas cópias dos manuscritos e a esta ciência é que chamamos de “CRÍTICA TEXTUAL”.


3) OS SOFERIM E OS MASSORETAS

Soferim e Massoretas eram escribas zelosos que fizeram o trabalho de crítica textual desde os tempos de Esdras (400 anos A.C.) até o ano 950 da era cristã.

3.1 – SOFERIM – “Soferim” é palavra hebraica e está no plural. Os Soferim eram escribas versados nas leis de Deus e nas tradições dos judeus. Eles copiavam os textos da Escrituras, revisavam-no e davam interpretação. Os soferim começaram suas atividades no ano 400 A.C. e continuaram até o ano 200 D.C., portanto, um período de 600 anos.

Um dos modos mais simples que os Soferim usavam para verificar se a cópia de um livro estava certa era a seguinte: Anotavam no fim de cada livro o número de versículos, palavras e letras. Assim, em cada cópia deveria haver o mesmo número de versículos, palavras e letras que no original. Caso contrário a cópia estava errada.

3.2 – MASSORETAS – Alguns séculos mais tarde, por volta do ano 500 de nossa era, até o ano 950 A.D., surgiu um outro grupo de homens preocupados com a crítica textual. Eram os Massoretas, que existiram até o ano 950. Os massoretas criaram um sistema de acentos que fixavam o significado de cada palavra, sua pronúncia, a cadência exata para a recitação nas sinagogas e a conexão entre as palavras.


4) A SEPTUAGINTA (LXX)E A VULGATA

Além dos manuscritos na língua hebraica, temos cópias e traduções em outras línguas. A SEPTUAGINTA(LXX)é uma tradução em língua grega e a VULGATA é uma tradução em latim das Escrituras Sagradas.

A Septuaginta ou “dos setenta”, recebeu esse nome devido ao número de pessoas que fizeram a tradução, ou seja, foi feita por setenta judeus que viviam em Alexandria no Egito. Estes homens estavam no Egito mas não eramegípcios e sim judeus. Esse tradução foi feita para aquela geração de judeus que conhecia o grego mas não conhecia mais a velha língua falada em Canaã, isto é, o hebraico. Então, “septuaginta” foi uma tradução do VT para o grego, afim de ser compreendida pelos judeus que não conheciam mais o hebraico. Muitas vezes a septuaginta é indicada pelo número LXX(em algarismo romano), que corresponde ao nosso número setenta(70).

Já a VULGATA é uma versão feita em língua latina. No ano 382 A.D. um homem chamado Jerônimo começou a verter para o latim o VT hebraico. Esta tradução de Jerônimo chama-se Vulgata. No tempo de Jerônimo já havia outras traduções da Bíblia em latim, mas Jerônimo fez a sua tradução em latim popular ou vulgar, por isso essa tradução foi chamada de Vulgata. O latim vulgar era a língua falada pelo povo. Jerônimo traduziu a Bíblia, não para o latim clássico, mas para o latim popular.
 
Prof. Rodrigo Galvão